“A polícia me contou agora que o tiro que matou a minha irmã partiu da minha arma”. Preso em Barra de São Francisco bandido que invadiu boca de fumo e matou a irmã sem querer

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Bandido invade boca de fumo de rivais e acaba matando a própria irmã sem querer

A garota, de 13 anos, também trabalhava para o tráfico. Irmão não sabia que ela estava na casa

“A polícia me contou agora que o tiro que matou a minha irmã partiu da minha arma. Eu não queria fazer isso. Amava a minha irmã”. Essas são palavras do repositor Diego Pereira Leite, 21 anos. Ele foi preso pela Polícia Civil na  quarta-feira (27), em Barra de São Francisco.

Junto com outros dois comparsas, ele invadiu uma boca de fumo em Porto Belo, Cariacica, e atirou contra os rivais. Mas a adolescenteValesca Pereira Leite, 13 anos, estava no local e acabou morta com um tiro na nuca. O crime aconteceu em 19 de fevereiro deste ano.

O resultado do exame de balística comprovou que Valesca foi assassinada com um tiro de pistola calibre 380. Justamente a arma que estava nas mãos de Diego no momento do ataque.

O repositor trabalhava para uma boca de fumo de Porto Belo. Valesca também havia começado a vender drogas para os mesmos traficantes. Mas Diego decidiu se juntar a rivais de outra boca, em Nova Rosa da Penha, também em Cariacica.

Valesca chegou a avisar a Diego que os traficantes de Porto Belo iriam matá-lo. Ele, então, procurou os comparsas de Nova Rosa da Penha – Demétrio e Doquinha – para planejar a invasão a boca de Porto Belo.

Diego ainda teria avisado à irmã para não ficar no local, pois eles iriam lá para matar todo mundo. No dia planejado, o rapaz ainda ligou para a mãe e perguntou onde estava Valesca. A mãe respondeu que ela havia saído de casa com as amigas. Então, Diego (armado com uma pistola 380), Demétrio (com uma pistola 7.65) e Doquinha (com um revólver calibre 38) foram para o local.

Ao chegarem ao local, eles atiraram em quatro pessoas que estavam lá. Uma delas era Valesca. Mas ele não viu que tinha atingido a irmã”, disse o delegado Adroaldo Lopes Rodrigues, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

Delegado: acusado continuava no crime 

Diego Pereira Leite foi preso pela Polícia Civil durante a Operação Caim. Ele foi localizado em Barra de São Francisco, durante o horário de almoço. Diego estava trabalhando em um supermercado, como repositor e embalador.

Mesmo trabalhando, as investigações apontaram que ele não tinha se desligado do crime. Ele ainda estava negociando armas e tinha envolvimento com o tráfico”, ressaltou o delegado Adroaldo Lopes Rodrigues.

“Ao chegarem ao local, eles atiraram em quatro pessoas que estavam lá. Uma delas era Valesca. Mas ele não viu que tinha atingido a irmã”, disse o delegado Adroaldo Lopes Rodrigues, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

Delegado: acusado continuava no crime

Diego Pereira Leite foi preso pela Polícia Civil durante a Operação Caim. Ele foi localizado em Barra de São Francisco, Norte do Estado, durante o horário de almoço. Diego estava trabalhando em um supermercado, como repositor e embalador.

“Mesmo trabalhando, as investigações apontaram que ele não tinha se desligado do crime. Ele ainda estava negociando armas e tinha envolvimento com o tráfico”, ressaltou o delegado Adroaldo Lopes Rodrigues.

“Peço perdão a minha família”

Ao saber que havia disparado o tiro que matou a própria irmã, Valesca, Diego Pereira Leite chorou e pediu perdão à família.

O que aconteceu, de fato?
Eu sabia muita coisa deles. E decidi sair de lá. Aí conheci o Demétrio e o Doquinha. Falei com os dois que eles queriam me matar. Eles me deram a pistola calibre 380, o Demétrio ficou com a 7.65 e o Doquinha pegou um ‘três oitão’ (revólver calibre 38). Eles também me deram um pó para cheirar, porque não iria conseguir fazer nada de cara limpa.

Você sabia que sua irmã estava lá?
Eu tinha pedido a ela para não ir lá. Mas, mesmo doidão, ainda tive o cuidado de ligar para a minha mãe e perguntar onde estava a Valesca. Minha mãe disse que ela tinha saído com as amigas. Nós fomos até lá, e eu cheguei ‘pagando uma’ de polícia. Falei: ‘todo mundo na parede’. Mas eles me reconheceram e chegaram a atirar. Nós atiramos também. Mas estava escuro – por volta de 20h30 – e não dava para ver quem estava lá. Descarreguei a minha arma e fomos embora.

Como você ficou sabendo que a Valesca estava morta?
Eles me ligaram e falaram: ‘Seu otário! Você veio aqui pegar a gente, mas matou a sua irmã’. Na hora, foi um choque.

E agora?
Só soube agora, pela polícia, que fui eu que atirei nela. Não sabia que aquele tiro tinha saído da minha arma. Mas peço perdão à minha família. Eles sabem que eu não tinha essa intenção. Senti um remorso danado. Ela era a irmã que eu mais amava. É como se tivesse arrancado um pedaço do meu coração.