Atacante capixaba de Baixo Guandu assina contrato profissional com o Palmeiras

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Natural de Baixo Guandu, Ramon Rocha, de 18 anos, assinou seu primeiro vínculo profissional com o clube paulista, com duração até o fim de 2021

Capixaba Ramon Rocha assina seu primeiro contrato profissional com o Palmeiras (Foto: Acervo Pessoal)

Capixaba Ramon Rocha assina seu primeiro contrato profissional com o Palmeiras (Foto: Acervo Pessoal)

Da promissora dupla de Baixo Guandu, faltava apenas Ramon Rocha assinar seu primeiro contrato profissional. No ano passado, o meia Pedro Obermüller, o Pedrinho, assinou o vínculo profissional com o Grêmio, aos 16 anos, e na terça-feira (19) foi a vez do atacante do Palmeiras realizar o sonho de infância, no dia em que completou 18 anos.

O contrato de Ramon Rocha com o clube paulista vai até o fim de 2021, mas o valor da multa rescisória não foi revelado pelo Palmeiras. Desde 2015 no time alviverde, o capixaba hoje integra o sub-20 e sonha agora em chegar ao elenco profissional.

“Foi uma coincidência ter assinado no dia do meu aniversário. Foi o melhor presente da minha vida (risos). Eu vinha trabalhando muito para isso. É um momento incível na minha vida. Agora é dar continuidade aos meus objetivos e trabalhar para chegar ao time profissional”, afirmou Ramon.

No Verdão, o capixaba foi campeão paulista sub-15, em 2015, e da Copa Cidade Blumenau sub-16, em 2016. No ano passado, depois de marcar seis gols no Paulistão sub-17, o atacante também conquistou dois títulos internacionais, a Scopigno Cup sub-17, na Itália, vencendo o Cagliari na final, e o Mundial sub-17, diante do Real Madrid, na Espanha.

Neste ano, foi fez quatro gols e foi vice-campeão da Copa Santiago de Futebol Juvenil, justamente diante do amigo Pedrinho. Depois de 1 a 1 no tempo normal, o Palmeiras perdeu para o Grêmio nos pênaltis, por 4 a 1. Foi a primeira vez que os amigos se enfrentaram.

“Ele (Pedrinho) foi um dos primeiros a me mandar mensagem quando assinei o contrato. Quando ele assinou o dele eu também liguei na hora! Nós voltamos no tempo ontem, lembrando que a gente batia bola na rua juntos e os tempos lá da escolinha (Estrelinha Multiplic) e que agora estamos com contrato profissional em dois clubes gigantes”, lembra Ramon.

A TRIBUNA: Como está sendo a repercussão depois de ter assinado com o Palmeiras?

 (Foto: Divulgação/Palmeiras)

(Foto: Divulgação/Palmeiras)

Ramon Rocha: Está todo mundo me mandando mensagem desde ontem, me desejando parabéns. Eles sabiam da minha luta e estou muito feliz.

Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou até assinar esse contrato profissional?
As dificuldades foram mais no começo, quando eu jogava lá no Ubaense/MG. Não recebia nada, nem uma ajuda de custo. Meus pais tinham que ajudar, mandar dinheiro. Ou seja, tinha que tirar de casa para ajudar. Mas depois que eu vim para o Palmeiras foi melhorando porque eu já tinha ajuda de custo.

O que seus pais falaram? (Ramon é filho de Lucimar Ricardo da Silva e Eraldo José da Rocha)
Minha mãe (Lucimar) me ligou e falou: “Filho, isso é um passo importante, mas agora é uma responsabilidade maior. É uma conquista pelo trabalho que você faz. Continue mantendo foco!”. Meu pai também me parabenizou e me aconselhou porque agora é uma responsabilidade muito maior. Quando você assina contrato profissional, eles te olham diferente, o tratamento é diferente, a cobrança é maior e a responsabilidade também. Preciso cuidar ainda mais do meu corpo, dormir cedo, me alimentar bem e dar meu máximo.

E agora vai passar a receber um salário…
É, isso é bom também (risos).

Como você chegou ao Palmeiras?
No Ubaense/MG sempre tinha olheiros de grandes clubes vendo nossos jogos. Teve um amistoso que nós vencemos por 2 a 1 e eu marquei os dois gols da partida. Um olheiro do Palmeiras viu e me levou (em 2015).

Quais são suas princiais referências no Palmeiras?
O Gabriel Jesus, que surgiu como uma joia, saiu da base do Palmeiras também e hoje está no Manchester City. É um motivo para se espelhar, para acreditar nos sonhos.

E quem você admira desse forte elenco profissional do Palmeiras?
O Dudu, que também é um jogador de beirada (Ramon Rocha joga pelo lado direito do ataque). Toda vez que o Palmeiras joga eu gosto de assistir para ver as movimentações dele e me aperfeiçoar. Eu me espelho nele e também o admiro como pessoa e como profissional. No ano passado, treinei finalização com o time profissional, conversei um pouco com ele e observei o treino dele porque aquela batida é diferente (risos). Pelo que ele vem fazendo, merecia muito estar na Seleção.

Como é ser jogador do Palmeiras? É um clube que vem se destacando também pela ótima vida financeira.
Essa camisa tem muito peso. É uma responsabilidade muito grande estar aqui dentro. Eles cobram muito, pedem disciplina, e acolhem muito bem também. É um clube que te dá oportunidades de jogar torneios fora do Brasil também.

Pedrinho e Ramon Rocha passando férias em Baixo Guandu (Foto: Acervo pessoal)

Pedrinho e Ramon Rocha passando férias em Baixo Guandu (Foto: Acervo pessoal)

E como foi enfrentar o seu amigo Pedrinho pela primeira vez, naquela final da Copa Santiago contra o Grêmio?
Nas férias, a gente tinha comentado: “pô, tomara que dê Palmeiras e Grêmio na final”. E deu!. A gente tinha um sonho desde pequeno de jogar junto na Seleção e contra o outro também. Foi uma experiência incrível. Quando entramos em campo, não acreditamos no que estava acontecendo porque estávamos jogando por dois grandes clubes do futebol brasileiro. Dentro de campo, a gente ficava se olhando, não podia perder a concentração, mas às vezes dava uma risadinha (risos). Fiquei muito feliz porque vi como ele evoluiu e ele também viu isso em mim. Agora a gente sonha em um dia jogar no mesmo time juntos.