Os Estudantes da Escola Municipal “José Francisco da Fonseca” realizou no dia 17 de dezembro, uma viagem de Estudo ao Instituto Terra. Na oportunidade os estudantes foram recepcionados pelo idealizador do projeto o fotojornalistas Doutor Sebastião Salgado, Lélia W. Salgado – esposa -, juntamente da Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, que estavam realizando no instituído uma visita técnica in loco, sobre o projeto “Olhos D`Água ”, que demostrou muita simpatia, simplicidade e carinho, partilhando com todos, seus conhecimentos e experiência de vida que sem duvida contribuiu para o enriquecimento da atividade pedagógica.
Atividade com este cunho pedagógico, objetiva formar sujeitos mais reflexivos, sensíveis e engajados com o meio ambiente, além de desenvolver a capacidade para estabelecer uma relação positiva com os estudantes e formação humanística.
A sociedade atual não comporta mais o profissional que é só professor, aquele que somente professa o conhecimento já produzido. A sociedade atual requer educadores e ser educador é reconhecer a necessidade de teorização na sua atuação, não há nada mais inovador do que pensar na própria ação, isto se compreender que inovar, é um processo constante de reconstrução e, para tanto, é preciso repensar a prática realizada no processo dialético transformador. Como bem coloca Rios (2002:156).
Trata-se, portanto, de ir à busca do que é inovador, do que não é apenas novidade, mas original. De ir à busca de algo nas suas origens. E quando me refiro às origens não estou falando no começo. […] daquilo que é provocador, estimulador de irmos adiante e organizarmos de forma diferente o nosso trabalho.
Neste caminhar, já dizia Paulo Freire (2003: 61) que […] é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.
Buscando diminuir a distância entre a teoria e prática e inovar as forma de trabalho, que a escola Municipal “José Francisco da Fonseca” realizou esta viagem de Estudo com os Estudante do 5º anos ao Institudo Terra.
A viagem teve como objetivo ligar a teoria com a prática uma vez que a rede municipal trabalhou o projeto “água é vida: Reeducando para o milagre da vida” no corrente ano. Além disto, as visitas e viagens de estudo têm como essência de oportunizar o aprendizado de conhecimentos aplicados em situações de espaços abertos – com liberdade, com muitos movimentos e diversidade de atrativos – tem uma mística lúdica, e de auto-organização. Atividade deste nível requer uma organização e planejamento que deverá ser construída pelos estudantes e educador (organizador) de forma que o estudante se sinta protagonista do projeto.
Para Gimonet (2007): As visitas de estudo, como atividades fora da sala de aula, propiciam aos jovens descobertas de realizações, de empreendimentos de organismo, de serviços, de lugares.
A visita de estudo tem como função observar, conhecer e comparar uma realidade diferente da sala de aula que diz respeito ao tema em questão. Na visita e viagem de estudo o estudante observa, se informa, questiona, amplia e processa seus conhecimentos.
Todo e qualquer conhecimento percorre um caminho sem fim. A viagem de estudo deve procurar contemplar o conjunto de estudos do ano em questão, no sentido de reorganizar os conhecimentos adquiridos em sala, uma reflexão de passado, presente e futuro e devem estar sempre em função do aprofundamento do Plano de Curso.
Por isso, os Professores devem ter o cuidado para que esta atividade não se transforme apenas em passeio ou momentos lúdicos, sendo assim essas atividades desde os primeiros ciclos necessitam ter o caráter de ação/empresa: planejamento, direção, distribuição e controle – vigilância, reunião e crítica. Lembrando sempre que estudantes devem ser os atores da ação e os professores assessores ativos, sobretudo nas turmas que apresentam dificuldades de auto-organização.
A viagem teve como base a proposta e organização da metodologia da Pedagogia da Alternância que propõe que os alunos sejam os atores do processo de organização da viagem de estudo e o professor o orientador do processo. Após a realização da mesma pode ser observado através dos relatórios e depoimentos dos estudantes, o que Freire (2003) mencionou sobre teoria e prática.
Os depoimentos dão conta da relevância da atividade para estes estudantes, conforme segue:
A viagem foi boa, porque saímos da sala de aula, isto muito contribui para ligar a teoria e prática. Foi-me possível observar importância de preservar o meio ambiente e recuperar os nascentes, porque se as matas morrerem; morreremos juntos…
Foi legal! Todos os participantes contribuíram na organização da viagem, todos sentiram parte. Gostei muito pude aprender muitas coisas que antes não tinha noção; só sala de aula cansa muito e não aprendemos tanto.
Diante dos resultados podemos considerar que é de grande relevância a Viagem de Estudo, pois a mesma estreita ligação entre a teoria e prática para que os estudantes possam compreender o dinamismo da praticidade.
O Instituto Terra é fruto da iniciativa do casal, Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado, que há pouco mais de uma década, diante de um cenário de degradação ambiental em que se encontrava a antiga fazenda de gado adquirida da família de Sebastião Salgado, na cidade mineira de Aimorés, tomou uma decisão: devolver à natureza o que décadas de degradação ambiental destruiu.
O trabalho de recuperação de nascentes integra o programa “Olhos D`Água”, que é desenvolvido desde 2010 e se divide em projetos menores, com parceiros, patrocinadores e locais de atuação diferentes. Além disso, todos os projetos envolvem a mobilização das comunidades e dos pequenos proprietários rurais, do poder público municipal e do Comitê da Bacia.
