Justiça manda prender ex-prefeitos, advogados e empresários

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cc0_2013_01_15_08_22_05_906_min_ffcedbff-794895-50f52fd7c8279 guerino_zanon__prefeito_de_linhares___ed_4d91171a3f3a6-442876-4d91171a40bc2Entre os ex-prefeitos presos estão Guerino Zanon, Edson Magalhães e Edival Petri. Prisões são resultado de desdobramento da operação Derrama

A Justiça decretou a prisão de 26 pessoas, entre ex-prefeitos, ex-secretários, funcionários de prefeituras, advogados e empresários, na manhã desta terça-feira (15). A ação faz parte de uma operação da Polícia Civil em conjunto com o Tribunal de Contas e o Ministério Público do Espírito Santo.

Os ex-prefeitos Guerino Zanon, de Linhares, Edson Magalhães, de Guarapari, Ananias Francisco Vieira, de Marataízes, Edival Petri e Moacyr Carone Assad, de Anchieta, e Ademar Devens e Luiz Carlos Cacá Gonçalves, de Aracruz, tiveram a prisão temporária, por um período de cinco dias, decretada.

Guerino Zanon estava em casa quando foi preso. Ele não apresentou qualquer resistência à prisão, mas, de acordo com uma pessoa próxima à família do ex-prefeito, ele pediu apenas para fazer a barba antes de ser levado pelos policiais do Nuroc.

A Justiça determinou, ainda, a prisão temporária de outras oito pessoas. Os demais 11 acusados tiveram a prisão preventiva decretada, entre eles os empresários Cláudio Mucio Salazar e Cláudio Mucio Salazar Pinto Filho, sócios da empresa CMS Assessoria e Consultoria Ltda.

Em sua decisão, o juiz Marcelo Menezes Loureiro destaca, entre outras coisas que “muito se agrava as circunstâncias ora investigadas quando se constata que toda a trama criminosa se dava por um conluio entre os Chefes do Executivo Municipal, os Secretários Municipais de Finanças ou da Fazenda, os Procuradores Municipais e os sócios da CMS, os quais se articulavam para violar expressa disposição constitucional, de maneira a atribuir à particular poder indelegável que compete tão somente ao ente federativo”.

Em outro trecho da decisão, o magistrado diz: “parece-me que não satisfeito com os vencimentos mensais na casa de cinco dígitos [documentos juntados aos autos indicam que o investigado recebeu aproximadamente R$ 28 mil líquidos no mês de dezembro do Município de Vitória], pretendeu o investigado Cláudio Mucio aumentar seus rendimentos a qualquer preço, seja violando suas obrigações e vedações funcionais, seja com o apoio de seu filho, fomentando a corrupção de outros agentes públicos a partir da junção destes ao elo criminoso, por meio dos conhecimentos adquiridos de seu cargo, a saber, os fiscalizar e verificar o devido recolhimento dos tributos. Utilizou-se desse mecanismo para, contrariamente, lesar e retirar quantias milionárias do erário.

As prisões são um desdobramento da operação Derrama, desencadeada em dezembro, que desarticulou um suposto esquema de corrupção para cobrar multas milionárias de empresas multinacionais.

Foto: Vinícius Valfré

Operação Derrama

Oito prefeituras investigadas, segundo a polícia, utilizavam empresa de consultoria financeira para fazer uma suposta recuperação de tributos. Os impostos pagos, porém, eram rateados entre servidores e empresários. Os presos estão sendo levados para a sede do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nurocc), em Vitória.

Os 26 que tiveram a prisão decretada:

– Cláudio Mucio Salazar
– Cláudio Mucio Salazar Pinto Filho
– Romário Martins de Oliveira
– Durval Valentin do Nascimento Blank
– Marcelo Ribeiro de Freitas
– Cleverson Mattiuzzi Farage
– Valter Rocha Loureiro
– Chirle Chagas Boff
– Lincon Cesar Liuth
– Carlos Alberto Abritta
– Nitarlene Pretti
– Zamir Gomes Rosalino
– Luiz Carlos Cacá Gonçalves
– Alceu Bernardo Martinelli
– Marcos Rogerio Ferreira Patrício
– Lidiel Silva Scherrer
– Ademar Devens
– Moacyr Carone Assad
– Edival Petri
– Analice Gobeti Pianissoli
– Guerino Zanon
– Solimarcos Gaigher
– Ananias Francisco Vieira
– Eraldo Batista da Silva
– Edson Magalhães
– Wagner José Elias Carmo.

 

Fonte: Da Redação Multimídia