Ligações clandestinas agravam desperdício de água na Região Norte

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downloadEm tempos de crise, o desperdício vira um problema muito mais grave. E o Brasil desperdiça muito. Mais de um terço da água tratada. O repórter Luciano Abreu mostra onde o problema é mais grave.

Pode ser uma gota, um cano estourado ou água que escorre pelo asfalto. É fácil flagrar o desperdício pelas ruas.

“Muitas pessoas que desperdiçam em lavagens de carro em excesso, ou até mesmo, brincar lavando a calçada. Então é uma coisa séria que não deveria acontecer, e infelizmente acontece”, lamenta um homem.

Os estados do Norte são os que mais desperdiçam no país. De acordo com um relatório do Ministério das Cidades, mais da metade da água tratada é perdida na região. Bem acima da média nacional que já é alta: de 37%.

No Amapá, de cada dez litros de água tratada, quase oito são perdidos. Em Rondônia, o desperdício chega a quase 60%. No Amazonas onde cerca de 500 mil pessoas se quer tem acesso a água tratada, o desperdício é de 47%.

As falhas na rede de distribuição e as ligações clandestinas são as principais razões para essas perdas.

A impressão é de que se tratam de cabos de energia elétrica, mas quando vai se aproximando, percebe que na verdade são canos de água, ligações irregulares, que cortam pelo menos dois bairros da capital.

“A gente tem estudos em que provamos que cada ligação irregular dessa consome até quatro vezes mais do que uma ligação normal, e esse impacta e muito no desempenho da empresa”, explica o presidente da Manaus Ambiental, Alexandre Bianchini.

A falta de água em outras regiões do país serve de alerta para o futuro.

“Tem que cuidar, porque se não cuidar dela, aí vai acabar também. Assim como tá acabando de lá, pode acabar aqui também”, diz um homem.