Considerada o termômetro das feiras do setor de rochas ornamentais, a 41ª edição da Vitória Stone Fair, no Espírito Santo, mesmo com a economia brasileira caminhando a passos lentos. A abertura da feira foi nesta terça (16) fevereiro, com 420 expositores, dos principais produtores brasileiros, e de 14 países, além das delegações internacionais de compradores e entidades governamentais do Irã, Alemanha, Polônia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e México.
Tradicionalmente, o Espírito Santo é o estado com os números mais significativos de exportações de rochas do País. O Brasil é reconhecido no mundo não só pela qualidade de seus materiais naturais, mas principalmente, pela enorme variedade disponível em um só território, com 1.700 pedreiras ativas e 300 em fase de licenciamento.
No Brasil, segundo balanço do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio) liberado no dia 16 de janeiro, os mármores capixabas manufaturados registraram um crescimento de 45,04% nas exportações em 2015, em comparação com o ano passado. O mármore manufaturado totalizou US$ 41,1 milhões contra US$ 28,3 milhões, em 2014.
No ano passado, as vendas em toneladas de chapas de granito, carro-chefe das exportações das empresas do Espírito Santo, aumentaram em 4,19%, mas com a alta do dólar, o valor médio da tonelada passou de US$ 811,39 para US$ 756,58, afetando o resultado final. A soma total foi de US$ 832,8 milhões, uma queda de 2,75%, se comparado com 2014, visto que houve uma pequena desvalorização do preço no mercado.
Os países que mais importaram estes produtos foram os Estados Unidos, Canadá, Itália, Espanha (46.71% de Jan a Dez 2015). Mas vale a pena ressaltar que a Arábia Saudita (123,11% de Jan a Dez 2015) e o Catar (375.90% de Jan a Dez 2015) surpreenderam nos números. Os mármores manufaturados de empresas do Espírito Santo chegam a ser comercializados pelo dobro do preço de uma chapa de granito, material considerado de alto valor agregado.
Neste mercado, os Estados Unidos continuam sendo o grande comprador dos granitos brasileiros, principalmente dos exóticos; seguidos pelo Canadá e México. Do total exportado em 2015, US$ 808,5 milhões foram vendidos para esses três países.
A mesma opinião é compartilhada vice-presidente institucional da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes – Cachoeiro de Itapemirim e Região), Aureo Mameri. Em sua opinião, o setor reage muito bem às oscilações do mercado, inovando com tecnologia de ponta, agilidade na tomada de decisões e novos investimentos. “O setor de rochas ornamentais é um dos mais importantes do Espírito Santo, pois possui toda sua cadeia produtiva: extração, transporte, logística, industrialização e comercialização. O setor possui boa capilaridade do Estado do Espírito Santo e consegue manter atrativos salários”, considerou Mameri.
Quanto à atuação da Findes, do total de investimento, aproximadamente 7,5% são destinados à capacitação profissional na área de mármore e granito, o que representa R$ 15,0 milhões. A meta para o atendimento em 2016 são 80 mil matrículas em educação profissional, por parte do Senai, e 600 mil atendimentos, matrículas e consultas em Educação, Saúde, Esporte e Cultura por parte do Sesi. Na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, o Sesi/Senai irá investir R$ 13,9 milhões e, para o Laboratório de Rochas estão previstos investimentos de R$ 1,2 milhão.
Participaram da solenidade de abertura o governador do Estado do Espírito Santo, Paulo Hartung; o secretário de geologia, mineração e transformação mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa Junior, representando o ministro Carlos Eduardo de Souza Braga; o secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Eronildo Bezerra, representando o ministro Celso Pansera, além de demais autoridades políticas e do setor de rochas ornamentais.