Prefeito de São Domingos do Norte é denunciado por envolvimento em homicídio

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Por Nerter Samora

O prefeito de São Domingos do Norte, José Geraldo Guidoni (PSB), foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) pelo suposto envolvimento em homicídio de um homem, ocorrido em agosto de 2011. A denúncia foi protocolada no mês passado junto ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES). Além do prefeito, um funcionário de sua empresa de mineração também foi denunciado pelo crime. A pena para homicídio qualificado varia de 12 a 30 anos. O caso está sob relatoria do desembargador Pedro Valls Feu Rosa.

 

Na denúncia inicial (0014934-08.2016.8.08.0000), o MPES afirma que o prefeito e o funcionário Antônio Carlos Sperandio Cott foram responsáveis pela morte de Carlos Rotiman Barcelos Alves, que também era empregado da Mineração Guidoni Ltda, empresa do político. A motivação do crime seria uma proposta de transferência do local de trabalho da vítima. De acordo com a ação, os denunciados teriam atraído Carlos Alves para uma reunião na sede da empresa no mesmo dia do crime. Logo após o fim do encontro, o veículo da vítima teria sido seguido pela dupla.

“Na data marcada, Carlos Alves chegou à empresa às 07h40, sendo que seu veículo deixou o local às 09h, mesmo horário de saída de outro veículo, que era conduzido por José Geraldo [Guidoni] e que tinha como carona Antônio Carlos. Os automóveis foram vistos trafegando em alta velocidade pela zona rural de São Domingos do Norte até chegarem à localidade de Alto Santa Catarina, onde a vítima foi incendiada no interior de seu veículo, tendo o [segundo] veículo retornado ao pátio da mineradora às 09h40, desta vez conduzida por Antônio Carlos e tendo como carona José Geraldo”, narra um dos trechos da denúncia.SaoDomingosNorte-Mike3_jpg

De acordo com o órgão ministerial, as investigações revelaram que tanto a vítima quanto os acusados estavam na mesma região, com base no cruzamento das informações de localização do celular – por meio do acionamento da Estação de Rádio Base (ERB). “Além disso, ficou constatado que os acusados estiveram com seus telefones ‘aparentemente desligados’ entre às 08h e 10h, quando a vítima foi executada”, sustentou o procurador de Justiça Especial, Fábio Vello Corrêa. Ele assinalou na denúncia a existência de diálogos telefônicos entre os acusados, além do depoimento de testemunhas.

O Ministério Público pede a condenação de Guidoni e de Antônio Carlos Cott por homicídio duplamente qualificado, pelo emprego de fogo e à traição, pois os acusados teriam se valido da confiança que a vítima depositava para o fim de matá-lo no momento em que ele se encontrava desprevenido. A pena pelo crime varia de 12 a 30 anos de prisão. Foram arroladas oito testemunhas de acusação. No momento, o caso está sob análise do desembargador Pedro Valls, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), que vai decidir sobre o recebimento ou não da ação.

Fonte: Seculo Diário