Suplentes: quem está e quem não está na ativa

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Rondinelli Tomazelli rtomazelli@redegazeta.com.br Se for verdade que o eleitor tem memória curta, você não se lembra dos suplentes dos três senadores capixabas. Mesmo sem receber salário, suplentes podem assumir interinamente ou ganhar o mandato sem receber votos. Embora despercebidos, alguns têm postura ativa junto aos titulares, como Sérgio Rogério de Castro (PDT), empresário que “peregrina” com Ricardo Ferraço (PMDB) em Brasília. José Antônio Guidoni (PSB), seu segundo suplente, engaja-se em pautas da região Norte. Já o presidente do PSD estadual, Enivaldo dos Anjos, faz a ponte de demandas do Noroeste com o senador Magno Malta (PR), cujo primeiro suplente, Paulo Antenor de Oliveira, passa longe do mandato: trabalha no governo do Distrito Federal. Como Antenor, o vereador de Vitória Esmael Almeida (PMDB) está distante. Primeira suplente do então senador e hoje governador Renato Casagrande (PSB), Ana Rita (PT) é agora titular e se engaja em bandeiras dos direitos humanos e sociais. Seu suplente Esmael está desligado: “ocupado” em atividades parlamentares, e admite nunca terem discutido agendas. “Como sou vereador, não tenho relação com o mandato dela. Nunca nos reunimos”. Esmael não se constrange com o distanciamento nem tem “nada a criticar” no mandato da petista. Enquanto isso, o mais assíduo em Brasília é Sérgio Rogério: vai duas vezes ao mês. Após repassar aos filhos a gestão dos negócios, o pedetista concentra-se na agenda política. “Foco no segmento industrial, onde tenho mais habilidade, e ajudo Ricardo no que ele me demanda”. Sérgio integra o núcleo de inteligência do mandato e acompanha o senador nas negociações dos royalties e do projeto que mina o ICMS de importação diferenciado do Estado, o Fundap. “Sérgio abre portas com sua capacidade e sua liderança na Confederação Nacional da Indústria (CNI)”, ressalta Ferraço.

Braços e ouvidos de senadores Afinado com reivindicações regionais, o empresário de mineração José Antônio Guidoni, de São Domingos do Norte, articula as pautas com o escritório de Ricardo Ferraço em Vitória. “Somos o braço do senador nas comunidades e ouvimos pedidos das entidades organizadas”, lembra o suplente, interlocutor de cooperativas de café. Há demandas sobre leis ambientais e tecnologia de empresas de rochas ornamentais, incentivo a insumos cafeeiros e audiência em ministérios. Guidoni organiza audiências públicas e reivindicações de estradas e segurança. Já Enivaldo dos Anjos atende o Noroeste e diz manter contato permanente com Magno Malta. “Colaboro rodando o Estado e ouvindo segmentos. Reivindiquei plantão de delegacias no Noroeste, para não ter de levar tudo a Linhares”. Ele visita Brasília três vezes ao ano. O tributarista Paulo Antenor, subsecretário de Gestão e Modernização do governo Agnelo Queiroz (PT), diz que seu trabalho é prioridade. “Tenho pouco contato com Magno. Ele tem perfil mais social; eu sou da área técnica de Fazenda. Trabalho de suplente nem existe. Suplente não tem salário, tem que viver”.