Se já não bastassem todos os transtornos que uma enchente traz, há ainda, após o recuo das águas, o alto risco de contaminação, que expõe a população a inúmeras doenças e ao aumento na incidência de acidentes como afogamentos, lesões corporais e choques elétricos. Há também um aumento na proliferação dos vetores de doenças, como ratos e mosquitos, e de picadas de animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras.
A maioria das doenças ocorre devido à ingestão de água contaminada ou pelo simples contato com essa água.
A secretaria Municipal de Saúde de Barra de São Francisco nesta terça feira 07 de janeiro, com o intuito de alertar a população a respeito das doenças típicas provocadas por quem teve o contato com água contaminada em função de enchentes, realizou uma palestra de capacitação sobre o tema para médicos e enfermeiros e agentes de saúde atuantes no município,
A formação foi realizada na Unidade de Saúde do bairro Bambé e contou com a presença da secretario de Saúde de Barra de São Francisco Fábio Bastianelle da Silva, Diretor do Hospital Rita de Cássia Kepler Alexandro Reis Júnior, Vereador e médico Dr Aloyzio Alves e do palestrante Médico Infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Marcello Barbosa Leal
O palestrante drº Marcelo explicou sobre as principais doenças causadas por meio do contato com a água contaminada como: leptospirose, hepatite A e Febre Tifóide, os principais sintomas e as medidas de prevenção.
“Esse trabalho de prevenção é uma medida para reforçar ainda mais o trabalho da Vigilância em Saúde no município, além de beneficiar médicos e enfermeiros atuantes por meio da capacitação”, disse Dr Marcelo Barbosa Leal, da Atenção Primária de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Para a Andreia Maia, que atua na Unidade de Saúde de Barra de São Francisco, a formação é importante para o aperfeiçoamento e atualização profissional. “Com as palestras ficamos mais informadas sobre as doenças, se existem novas maneiras de prevenção, como vacinas, entre outras medidas”, explica.
Principais doenças relacionadas às enchentes:
Febre Tifóide: É uma doença provocada por uma bactéria e está relacionada com condições ruins de saneamento, higiene pessoal e ambiental, sendo transmitida por meio da água e alimentos contaminados com fezes e urina de pessoas portadoras.
Hepatite A: Doença hepática (fígado) transmitida por meio de água ou alimentos contaminados. É mais comum ocorrer em crianças e adultos jovens.
Leptospirose: A transmissão se dá pelo contato com água ou lama, contaminadas com a urina de animais infectados (ratos), por meio de mucosas (olhos, boca, nariz, genitais), e principalmente, pela pele.
Doenças Diarreicas: Provocadas por vírus ou bactérias, aumentando o número de casos nestas situações de enchentes pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Principais sintomas:
Febre Tifóide: Febre alta, dores de cabeça, mal-estar, falta de apetite, manchas rosadas no tronco, intestino preso ou diarreia e tosse seca.
Hepatite A: Perda de apetite, febre, dores de cabeça, dor abdominal, icterícia (cor amarelada) das mucosas e pele e fezes brancas.
Leptospirose: Febre alta e contínua, calafrios, dor muscular intensa e generalizada, principalmente nas panturrilhas, dor abdominal, dor de cabeça, dor nas juntas náuseas, vômito, diarreia e tosse.
Doenças Diarreicas: Diarreia frequentemente acompanhada de vômito, febre e dor abdominal.
Medidas de prevenção:
– Evite o contato com água e lama de enchentes e impeça que crianças nadem ou brinquem nesses ambientes.
-Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem, deve-se lavar e desinfetar o chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) utilizando água sanitária na proporção de quatro xícaras de café de água sanitária para um balde de 20 litros de água. Depois, lave com água limpa.
-Todo alimento exposto à água contaminada deve ser jogado fora
– Ferva e filtre a água de beber
– Recomenda-se limpar a caixa d’água, usando a seguinte solução: 1 litro de água sanitária para cada 1000 litros de água. Aguardar 1 hora para desinfetar o reservatório e canalizações e abrir as torneiras para esvaziá-lo, podendo-se utilizar essa água na limpeza da casa.
– O lixo deve ser colocado devidamente em sacolas, armazenado longe do solo e posto para coleta pouco antes do lixeiro passar. Assim evita-se que ele fique espalhado pelas ruas, contaminando o ambiente e entupindo as galerias, o que dificulta o escoamento das águas.
Se você ficar doente alguns dias após ter contato com águas de enchente ou esgoto, procure o Centro Médico de Saúde mais próximo. Não se esqueça de contar ao médico que teve contato com água ou lama de enchente.