Imóvel com piscina, quadra e área de churrasco chamou a atenção do Legislativo e poderá ser escolhido para abrigar gabinetes
Os vereadores de Guarapari vão ganhar uma nova sede para atender seus eleitores. É que a Câmara abriu um chamamento público de locação de imóvel para funcionamento dos gabinetes dos parlamentares.
O local que mais chamou a atenção dos vereadores, por enquanto, tem piscina, quadra e até área de churrasco. Pode causar surpresa, mas a Pousada “Sossego” pode ser o novo endereço dos 17 parlamentares, já que o presidente Enis Soares (PEN), acompanhado de servidores, visitou o local e teria demonstrado interesse no imóvel.
O proprietário já até vendeu TVs, travesseiros, colchas e mesas que não serão usados, e disse aos compradores que fecharia a pousada para que o local funcione como um escritório. A sede da Câmara não possui espaço para gabinetes, por isso a necessidade de um local para atendimento aos eleitores.
De acordo com o chamamento público aberto na terça, o novo espaço deve estar em um raio de até dois quilômetros da atual sede para que tenha fácil acesso dos servidores e vereadores. A proposta, que precisa ser entregue lacrada, pode atingir o preço máximo de R$ 16 mil mensal.
Além de abranger gabinetes, ficou estabelecido pela Câmara que o imóvel deve ter espaço para arquivo geral, um almoxarifado para gêneros alimentícios e outro para material de limpeza, uma cozinha e garagem para os vereadores.
Os gabinetes estiveram sediados por 10 anos em um espaço alugado no Centro. O proprietário, Marcos Macedo, está indignado com os critérios do chamamento público, já que ele não vai poder participar.
“As exigências são abusivas. Restringiram a concorrência, tornando-a desigual. Por 10 anos, eu atendi todas as exigências, fiz as adaptações necessárias e, agora, não posso participar. Não houve ao menos uma conversa”, desabafou o dono do atual imóvel alugado.
O presidente da ONG Transparência Guarapari, Jorge Anjos, disse que vai investigar se há favorecimento. “A Câmara possui um espaço que é usado pela prefeitura. Eles podem pedir o espaço e, assim, não gastar nada com esse aluguel. Nós vamos investigar se isso é favorecimento”, declarou.
Por Roberta Bourguignon, do jornal A Tribuna