Espírito Santo registra primeira morte por novo coronavírus

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Por G1 ES

A primeira morte causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo foi confirmada na manhã desta quinta-feira (2). De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), trata-se de um homem de 57 anos, que estava internado no hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, desde o dia 24 de março.

As informações sobre o caso foram repassadas pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, junto a outros membros da Sesa em entrevista coletiva. O paciente, que morreu às 22h45 desta quarta-feira (1), morava na Serra. Ele era obeso e apresentava um quadro moderado de hipertensão em tratamento, embora fosse ativo socialmente e tivesse uma vida normal.

Desde o dia 18 de março – ou seja, seis dias antes sua internação -, o paciente já apresentava sintomas de síndrome gripal. Ao dar entrada no hospital, seu estado de saúde se agravou cada vez mais.

Em menos de 24 horas, o paciente desenvolveu uma síndrome respiratória aguda grave, levando à necessidade de intubação e do uso de ventilação mecânica. Medicamentos como azitromicina e cloroquina, além de outros, foram utilizados, mas em nenhum momento houve melhora clínica.

“Ele já estava em UTI e desde o começo foi conduzido em isolamento. Ele evoluiu para disfunção de órgãos de forma muito rápida . Ele fez uma miocardite (inflamação do miocárdio, músculo do coração) importante. O ecocardiograma do dia seguinte à sua entrada deu 30%, isso é uma função cardíaca já muito comprometida. Além de uma insuficiência renal que piorou progressivamente. No quarto dia ele já estava em hemodiálise”, explicou a médica Juliana Tavares, diretora técnica do hospital Jayme dos Santos Neves.

Transmissão comunitária

O diagnóstico de infecção do paciente pela Covid-19 foi confirmado no dia 26 de março. No entanto, a Sesa informa que desde que o homem deu entrada no hospital todos os procedimentos de isolamento dele e de monitoramento de sua família foram adotados.

De acordo com o subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin, trata-se de um caso de transmissão comunitária. “Essa é uma situação de transmissão comunitária, que ocorreu entre um conjunto de pessoas em uma determinada atividade”, disse Reblin, sem revelar detalhes sobre o assunto.

Uma portaria criada pela própria Sesa estabelece procedimentos específicos a serem adotados pela funerária que fará a preparação do corpo, bem como para o momento do enterro, que deve contar apenas com a participação dos familiares mais próximos do paciente.

Atualmente, quatro casos de morte por síndrome respiratória aguda estão sendo investigados no Espírito Santo por suspeita de infecção por Coronavírus.