Funerárias denunciam demora de cemitérios no ES, para enterrar vítimas de Covid-19

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Por Aurélio de Freitas, TV Gazeta


Funerárias denunciam demora dos cemitérios na liberação de enterros, na Serra, ES

Os sepultamentos de corpos de vítimas de Covid-19, na Serra, no Espírito Santo, tem gerado polêmica. Donos de funerárias denunciam que cemitérios públicos da cidade têm descumprido a determinação das autoridades de enterro imediato para evitar novas contaminações. Questionada, a Prefeitura da Serra garantiu que está seguindo a legislação.

Um dos relatos vem da funerária de Leomar Buecker. Ela está responsável pelo corpo de um senhor de 80 anos que morreu na noite desta quinta-feira (21), vítima do coronavírus.

Ele retirou o corpo do Hospital Jayme Santos Neves, mas, quando chegou ao cemitério de Carapina, na Serra, foi impedido de entregá-lo para a unidade, que determinou o turno da tarde do dia seguinte para realizar os sepultamentos.

“Eles falaram que estão sepultando depois de meio-dia, só com a certidão de óbito. A família tem que ir para o cartório, enfrentar fila, duas horas para registrar, e depois ir para lá. [….] Não pode trazer na funerária, fica lá no meio da rua no sol quente, pode contaminar o pessoal da rua, pode contaminar todo mundo”, disse Leomar.

Funerárias denunciam demora de cemitérios para enterrar corpos de vítimas com Covid-19 — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Funerárias denunciam demora de cemitérios para enterrar corpos de vítimas com Covid-19 — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Um outro proprietário de funerária, que preferiu não se identificar, também da Serra, tem encontrado dificuldades para atender a alta demanda. São, segundo ele, de duas a três vítimas de coronavírus por dia. E ele afirma que alguns cemitérios têm recebido os corpos apenas no final da tarde.

“Os cemitérios aqui, geralmente, estão colocando o último horário. A pessoa falece hoje às 14h, até registrar óbito, até conseguir o auxílio funeral, acaba ficando para o outro dia às 16h”, disse.

Ele contou que até Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os coveiros já teve que levar.

“Vai fazer o serviço pela parte da manhã, a gente tem que levar para os coveiros macacões descartáveis, que a gente compra do bolso da gente e leva para eles, para ajudar.