Serra negocia com Alckmin entrada em prévia

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O ex-governador José Serra reuniu-se anteontem à noite com o governador Geraldo Alckmin para discutir sua entrada como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Os dois analisam agora uma eventual participação de Serra na prévia da sigla, marcada para o dia 4 de março, numa ação que legitimaria a candidatura. Ao mesmo tempo, o partido analisa se a disputa interna pode ser postergada.

A informação foi antecipada ontem no portal estadão.com.br. A ideia é tentar avançar num consenso em torno do nome de Serra – ou, pelo menos, uma maioria segura. Integrantes da executiva municipal foram acionados para encontrar uma saída jurídica para a entrada de Serra na prévia, cujas inscrições foram encerradas na semana passada.

Leia Mais Notícias no Minuto a Minuto Em reunião no Palácio dos Bandeirantes anteontem, da qual participaram também o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, e o senador Aloysio Nunes Ferreira, a entrada de Serra na prévia foi apontada como a forma menos desgastante de colocar o ex-governador na disputa eleitoral, num momento em que o partido já avançou no processo de escolha interna. Apoiada por parte da direção estadual do PSDB, a prévia acabou avançando internamente, de modo que o próprio governador evita arcar com o ônus de dar uma canetada para desmarcá-la. A avaliação da cúpula é que a indicação de Serra pela direção do partido, atropelando dois dos quatro pré-candidatos – o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli dizem que não vão desistir -, seria mal digerida não só por grupos do PSDB como por eleitores. A saída colocada na mesa de discussão passou a ser então a entrada de Serra na disputa interna, num movimento que contaria com o apoio dos outros dois pré-candidatos: os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) tendem a abrir mão da corrida. Os líderes tucanos avaliam, inclusive, que a movimentação pode acuar Aníbal e Tripoli e levá-los a desistir do processo de escolha interna, tornando Serra o candidato por aclamação – a hipótese hoje é pouco provável, mas não está descartada. A disposição de Serra disputar a prévia, algo visto com resistência por seus apoiadores, também teria outro propósito: mostraria que o ex-governador é a favor da democracia partidária e que se submete à escolha de militantes.