O grupo se reuniu por volta de 14h na unidade da rede dentro do Shopping Vila Velha. João Alberto Silveira Freitas foi morto por dois seguranças do supermercado na quinta-feira (19).
Um grupo de manifestantes fez um protesto, por volta de 14h deste sábado, em frente ao Carrefour, em Vila Velha, na Grande Vitória. O ato aconteceu depois que João Alberto Silveira Freitas, um cidadão negro de 40 anos, foi espancado e morto por dois seguranças em uma unidade da rede de supermercados em Porto Alegre, na última quinta-feira (19).
Vila Velha registra ato contra rede de supermercados Carrefour, no ES — Foto: Camila Camatta
Protestos contra o assassinato do soldador foram registrados várias cidades do país. Logo após a morte, os suspeitos tiveram prisão preventiva decretada. O laudo inicial da perícia aponta que João Alberto foi morto por asfixia.
A manifestação foi convocada pela internet e começou por volta de 14h. Um grupo foi até a unidade do supermercado, que fica dentro do Shopping Vila Velha, com instrumentos musicais, apitos e cartazes.
Antes que o ato tivesse início, a loja do Carrefour foi fechada. No entanto, os manifestantes invadiram a unidade e pediram justiça pela morte. Durante o protesto, integrantes ainda fizeram gritos como “Carrefour assassino” e “racistas não passarão”. Um sinalizador chegou a ser acendido no interior da unidade.
Outra parte dos manifestantes ficou do lado de fora da unidade dentro do Shopping Vila Velha e cantaram músicas com “A Carne”, de Elza Soares.
Vila Velha tem protesto contra a morte de João Alberto, no ES — Foto: Camila Camatta
A Polícia Militar acompanhou o protesto, que terminou por volta de 15h30 de forma pacífica.
O Shopping Vila Velha informou, por nota, que não compactua e repudia qualquer forma de discriminação e violência, e está sempre atento a possíveis eventos em suas dependências para manter a segurança, dentro de uma conduta de paz e respeito. O shopping informou que a equipe de seguranças também acompanhou o protesto, respeitando o direito dos manifestantes.
Morte de João Alberto Silveira
Morte de João Alberto provoca protestos em várias cidades
As análises iniciais do Instituto Geral de Perícias do RS (IGP-RS) apontaram para a possibilidade de asfixia como causa da morte de João Alberto. As imagens da agressão foram gravadas. Após o ocorrido, os dois seguranças foram presos. A morte provocou protestos em várias cidades.
A Brigada Militar informou que o espancamento começou após um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. A vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança.
O Carrefour, em nota, informou que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente. A rede, que atribuiu a agressão aos seguranças, também chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que responde pelos funcionários agressores.
Veja a íntegra da nota do Carrefour divulgada neste sábado:
O dia 20 de novembro, que deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, foi o mais triste da história do Carrefour.
Palavras não expressarão nossa angústia com a brutalidade.
Daremos todo o apoio à família de João Alberto Silveira Freitas e, em respeito a ele, nossa loja de Passo D’Areia fechou ontem e permanecerá fechada hoje.
Além disso, todo o resultado das vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados será doado para entidades ligadas à luta pela consciência negra.
Hoje, abrimos mais tarde para reforçarmos o treinamento antirracista com todos os nossos funcionários e terceiros.
Continuaremos com nossa transparência, informando os próximos passos.
Nada trará a vida de João Alberto de volta, mas estamos certos de que este momento de profundo pesar se converterá em ações concretas que impedirão que tragédias como essa se repitam.