Ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas…A lista de problemas na rede de abastecimento é grande e gera perdas vultosas – em média de cada 100L só 60L chegam à sua casa. Um desperdício imperdoável para um recurso tão preciosoIneficiência que custa caroSão Paulo – Já pensou em quanta água se perde no caminho entre a estação de tratamento e a torneira da sua casa? Não é pouca coisa. Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil revela que quase 40% da água tratada no Brasil é desperdiçada. Um quadro imperdoável para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso. A título de comparação, na Europa, essa taxa é de 15% e no Japão, de apenas 3%.Ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas da perda de faturamento das empresas operadoras e dos estados. A pesquisa mostra ainda que uma redução de apenas 10% das perdas do país representaria uma receita de R$ 1,3 bilhão, o que representa quase metade do investimento feito em abastecimento de água no ano de 2010.No Amapá, pior caso, uma redução de apenas 10% traria um ganho de R$ 8,3 milhões, ou seja, valor 6.135% maior do que o Estado investiu em água em 2010.O estudo utiliza dados de 2010, que são os números oficiais mais recentes, e se baseiam nas perdas financeiras dos provedores dos serviços informadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. Veja a seguir as perdas por estado.
1º – Amapá
Participação na produção nacional de água: 0,54%
Média de perdas de faturamento: 74,16%
Receita operacional direta de água (R$ mil/ano): 28.761
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$/mil): 8.253
2º Alagoas
Participação na produção nacional de água: 1,32%
Média de perdas de faturamento: 65.87%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 175.564
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 71.568
3º Roraima
Participação na produção nacional de água: 0,36%
Média de perdas de faturamento: 64,29%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 33.177
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 5.973
4º Maranhão
Participação na produção nacional de água: 2,78%
Média de perdas de faturamento: 63,98%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 170.669
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 30.304
5º Acre
Participação na produção nacional de água: 0,39%
Média de perdas de faturamento: 62,78%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 23.472
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 3.958
6º Amazonas
Participação na produção nacional de água: 2,18%
Média de perdas de faturamento: 58,37%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 221.486
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 31.049
7º Pernambuco
Participação na produção nacional de água: 4,99%
Média de perdas de faturamento: 56,83%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 619.446
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 81.531
8º Rondônia
Participação na produção nacional de água: 0,67%
Média de perdas de faturamento: 54,81%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 107.213
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 13.004
9º Sergipe
Participação na produção nacional de água: 1,36%
Média de perdas de faturamento: 51,63%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 237.867
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 25.392
10º Rio Grande do Norte
Participação na produção nacional de água: 1,96%
Média de perdas de faturamento: 49,28%
Receita operacional direta de água (R$mil/ano): 278.419
Aumento na receita se reduzir em 10% as perdas (R$mil/ano): 27.054