Apesar de a baixa oferta de gado ser comum no período da entressafra, produtores registram queda mais acentuada do rebanho
A falta de gado no mercado e o consequente aumento do preço se deve a uma sucessão de acontecimentos. O primeiro deles foram as intensas chuvas que assolaram o Espírito Santo no fim de 2013. As intempéries causaram alagamentos e morte das pastagens, sobretudo no Norte do Estado.
Após o período das chuvas, houve um longo período de seca no Sul do Estado, que foi agravado com o aumento de pragas nas pastagens. A falta alimento para o gado causou perdas nos rebanhos. “Há pouco gado no pasto atualmente, além disso os animais estão magros e impróprios para comercialização e abate”, explica o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Neuzedino Assis.
Além das causas naturais, o crescimento de exportações para a Rússia também influenciou o aumento do preço da arroba. Segundo Miranda, a perspectiva é de que o preço suba ainda mais.
Mesmo com a previsão de chuvas para os próximos meses, Neuzedino prevê que em janeiro as pastagens se recuperem e somente depois de março a oferta de animais mais gordos deve voltar a aparecer. Até lá, a produção deve ser rapidamente absorvida pelo mercado internacional, grande comprador da carne brasileira.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES), Júlio Rocha, não tem segredo: o consumidor deve pesquisar preços para driblar o orçamento mais apertado. Além disso, ele sugere que a população substitua a carne por outras opções adequadas que não afetem na qualidade da alimentação
Rocha afirma também que espera “um governo novo, apesar de a presidenta ter sido reeleita”. Além disso, Rocha ressaltou a necessidade de macropolíticas, em caráter emergencial, para que o investidor possa resgatar a credibilidade e a segurança no governo e, assim, incrementar as aplicações no setor.